quinta-feira, 2 de junho de 2016

Sábios conselhos... Fragmentos diários

O espelho da Donzela Cristã


Em casa ─ recatada e nunca ociosa.

Na igreja ─ Anjo reverente.

Com o próximo ─ complacente.

Na conversação ─ moderada.

No olhar ─ modesta.

No pensar ─ refletida.

No andar ─ grave e sossegada.

No vestir ─ modesta e humilde.

Nos trabalhos ─ a primeira.

Nas leituras ─ receosa.

Na companhia ─ afável.

Com os homens ─ cautelosa.

Com os Sacerdotes ─ respeitosa.

Com os inferiores ─ aprazível.

Na mesa ─ sóbria.

Na cama ─ composta. 

Em seu bom gosto ...

O vestido mais belo ─ a candura do

 Batismo.

O melhor alimento ─ a Comunhão.

A melhor bebida ─ a água viva.

O desporto preferido ─ a genuflexão.

O melhor passeio ─ entrar dentro de si.

O meu melhor amigo ─ o meu Anjo da Guarda.

A minha melhor joia ─ o meu terço.

A minha propriedade ─ o meu túmulo.

A minha aspiração maior ─ salvar as almas.

O meu fim ─ Jesus no sacrário.

A minha alegria ─ a Virgem Maria.

A minha tristeza ─ a perda das almas.

O meu melhor perfume ─ o incenso.

As minhas cores preferidas ─ a pureza e o

 amor.

Em tudo ─ um olhar à Virgem Maria.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Sábios conselhos... Fragmentos diários

Ouveó Filhao que tenho para te dizer: 


 

"Deves, é verdade, apresentar-te em sociedade; mas deves ter o cuidado de estares di­ante dela dignamente. Ao estares em público, cuida que seja com Modés­tia.  Aprende de Mim tão bela virtude, porque ela te será muito necessária.

De tal maneira tratei com as pessoas, que ninguém nunca Me olhou sem edificar-se extra­ordinariamente. Nem fui jamais imodesta nas palavras, nem imoderada no tom de voz, nem fala­deira, nem licenciosa no andar. Nada, enfim, houve de indecoroso em Meus gestos, nem de car­rancudo em Meu olhar, nem de mal-humorado em Meu semblante. Em Meu convívio e conversação brilhou sempre como num espelho o esplendor da Castidade e Formosura da virtude.

A mesma beleza de Meu corpo não foi senão uma irradiação fulgurante do Meu modesto Coração e imagem do decoro.

Nunca ninguém teve nenhum mal pensamento vendo-me passear, re­zar, co­mer ou traba­lhar. Antes, quantos Me viam, moviam-se à edificação e ao lou­vor de Deus.

Minha beleza, que foi extraordinária,exalava inocência e odor de Cas­tidade.

Nunca profiras palavras imorais, porque matam a alma. Deixa de zom­barias e de piadas; de que te serve que os outros dêem risadas, se ofendes a Divi­na Ma­jestade na pessoa do teu ir­mão a quem maltratas?

Não te distraia olhando aqui e acolá, porque isso mostra o vazio e a vaidade de teu cora­ção. Sejas moderada no teu andar, como o fazem as pessoas que vivem na presença de Deus. Não levantes muito a tua voz, nem dê fortes gar­galhadas; mas a graça da Modés­tia envolva sempre o teu semblante.

Corrigirás melhor aos maus com a tua Modéstia do que com a abun­dância de tuas pala­vras. Se tiverdes de falar, sejam as tuas palavras como anzóis com que prendas à pie­dade aos maus que te escutarem. Sede afável com todos, e os ganha­rás a todos para Deus.

Se todos aqueles que te virem se regozijarem e bendizerem ao Eterno Padre que está nos Céus, e os maus se comportarem na tua presença, então crê, fi­lha Mi­nha, que a Modéstia está em ti como a tocha que ilumina e vivifica. Imita-Me"

("De la imitacion de la Bie­naventurada Virgem Maria Nuestra Señora", por un monje premons­tratense, Cap. III, pp. 176-177, nueva edición, Madrid, 1926).


terça-feira, 31 de maio de 2016

Reflexão para todos os dias





"Talvez eu morra esta noite. Quem me 

assegura o contrário? Quantos que

morreram imprevistamente em pecado, e 

do leito se precipitaram no Inferno? Quem 

sabe será esta para mim a última noite da 

minha vida? O que seria de ti, ó minha 

alma, se tal acontecesse? Em que estado 

de alma te encontras? Na Graça, ou, em 

pecado mortal?"


(Manual da Pia União das Filhas de Maria, ob. 
cit., Cap. IV, p. 144).

Sábios conselhos... Fragmentos diários


Guarda-te do respeito humano


Contentar a Deus, há de ser sempre tua principal preocupação. "Teme a Deus e observa os seus mandamentos, porque nisto está o homem todo" (Ecl. 12,13). Lembra-te de que Deus é Teu soberano Senhor, a quem tudo deves agradecer e de quem dependes em qualquer circunstância; reflete que dentre poucos anos deverás comparecer perante Ele, que será Teu reto Juiz, a fim de lhe prestar contas de toda a tua vida, e que da Sua sentença dependerá a tua eternidade. Pondera, ainda mais, que os homens são criaturas frágeis, as quais hoje possuem a vida e amanhã desaparecerão no túmulo, e que da grandeza e fausto do homem mais rico, mais honrado e mais célebre, nada mais restará, senão um punhado de terra e pó. 

Guarda-te do respeito humano! No dia do teu Batismo e Crisma te colocaste solenemente sob o estandarte de Jesus Cristo. Ao receber este Sacramento, prometeste firmemente, que sempre e em todas as circunstâncias, havias de te conservar fiel a Jesus Cristo e a sua Santa Igreja. A bandeira de um rei da terra é muitas vezes defendida com grande coragem. Muitos soldados preferem sacrificar a própria vida entre ferimentos e dores atrozes, a entregar ao inimigo a bandeira do seu rei. Não deveria com igual, e mesmo com maior amor e entusiasmo, defender a bandeira isto é, os santos interesses de Jesus Cristo? É Rei que não sofre comparação com príncipe nenhum, por melhor e mais amável que este seja. São seus interesses tão dignos e elevados, tão justos e bons, tão santos e necessários, como os de nenhum outro rei; pertencem e se estendem a todos os homens, abrangem o tempo e a eternidade.

Não estarias, portanto, disposta a oferecer até a última gota de teu sangue pelo teu Divino Salvador e seus santos interesses, se necessário fosse? Intrepidez e firmeza são o que de ti espera o Senhor. Se na vida lhe permaneceres unida, sem respeito humano, Ele te recompensará por toda a eternidade como Sua fiel discípula; mas se te envergonhares, covardemente, dos seus interesses e te mostrares infiel a Ele então, como juiz te lançará no cárcere e te punirá severamente, o que declara, em verdade, com solene energia: "Aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu
Pai, que está nos céus; e o que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus" (Mat. 10,32). Como católica, não tens realmente, nenhum motivo de te envergonhar da tua Igreja.

Ainda não ouviste de certo, que uma jovem sadia e viçosa, se envergonhasse de sua próspera saúde, pelo fato de ter encontrado outra jovem desbaratada por alguma enfermidade contumaz. Nunca viste um homem, com os membros íntegros e perfeitos, corar de vergonha por ver outro, que só podia mover-se com o auxílio de muletas. Não tens, realmente nenhum motivo para te envergonhares da Santa Igreja que, no decurso de tantos séculos, manifestou uma admirável força divina; de todas as perseguições, até mesmo das mais violentas, saiu sempre vitoriosa; sempre rejuvenescida; sempre novamente robustecida; enquanto tudo, em derredor caía em ruínas, até mesmo os tronos e os reinos dos mais poderosos soberanos. Faze, pois, que te animem sempre aqueles grandes sentimentos de Santa Teresa, a qual ainda no seu leito de morte dizia: "Meu Deus, eu Vos agradeço por ser filha da Vossa Igreja". Não consintas jamais que te arraste o covarde respeito humano; nunca deixes de cumprir da maneira mais fiel os teus deveres para com a Igreja e trabalhar pelos seus interesses com zelo e sabedoria.

(Donzela Cristã- Padre Matias De Bremscheid, Ano De 1935)

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Sábios conselhos... Fragmentos diários


Uma fonte de energia, a oração


A oração é um colóquio de amor com Deus. A criança, que ama verdadeiramente os pais, gosta de falar com eles, manifesta-lhes tudo que agita o seu coração. Cada alegria que sente, vai logo comunicá-la à mãe, ou ao pai; expõe-lhes todas as suas dores; narra-lhes os seus receios; conta-lhes os seus interesses. Se a criança passasse com seus pais um dia inteiro, sem lhes dirigir uma só palavra, teriam muita razão em se queixar: nosso filho não nos ama, pois se nos amasse seria mais comunicativo conosco. É o que dará contigo, jovem cristã, se amares a Deus e Vosso Salvador, verdadeiramente, e de coração, sentir-se-ás necessariamente compelida a falar com Ele, a entreter-se com Ele, isto é, a rezar. A oração é para ti um dever sagrado, que não hás de omitir um só dia sequer. 

A oração te enobrece, a alma, quando reza, entra em relação íntima com Deus, infinitamente grande, infinitamente perfeito e santo. A luz de Deus, os raios da Sua santidade e magnificência atuam sobre ela. Deus a alumia e a penetra cada vez mais com Sua graça, a atrai cada vez mais para si, eleva-a e a enobrece. A alma, pela oração, torna-se semelhante a Deus. Aqui, também, viria muito a propósito o brocardo: "Dize-me com quem andas e dir-te-eis quem és". São Gregório Nazianzeno comenta: "Assim como o corpo se torna iluminado pela luz do sol, assim também a alma recebe a luz através dos raios da graça, na oração".

Se não rezas, jovem cristã intimamente renuncia a Deus, fonte única de tudo que é bom e nobre, e retornas à pobreza do teu próprio eu, que te arrasta para a miséria e para o pecado. Se não rezas, abdicas da tua verdadeira dignidade. Se rezarem bem, donzela cristã, estás a te apoiar humildemente em Deus e d'Ele, que é a força e poder infinitos, jorrarão a santidade e o vigor sobre a tua fraqueza. Sentir-te-á reanimada e fortalecida, de tal modo que poderás dominar as tuas más inclinações e exclamarás, então, como o Apóstolo dos gentios: “Tudo posso Naquele que me conforta” (Fil. 4,13). Como a oração nos comunica força sobrenatural contra os inimigos da nossa salvação, admoesta-nos o Divino Salvador: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação” (Mt., 26,38).

(Donzela Cristã- Padre Matias De Bremscheid, Ano De 1935.)

domingo, 29 de maio de 2016

Sábios conselhos... Fragmentos diários


O dia do Senhor





Um dos Santos Padres da Igreja denominou o domingo:“Rei e Príncipe de todos os dias”. Outro opina que a vida sem domingo seria um grande deserto sem oásis. Certamente seria uma vida triste. Pode-se dizer que o domingo é como que a raiz da semana. De uma raiz boa e sã, brotam também galhos, folhas, flores e frutos sãos e bons. De modo análogo, a um domingo cristãmente festejado, sucede uma semana inteira de cunho cristão. Consiste a vida do homem em certo número de semanas, as quais trazem impresso o selo do valor que lhes comunica o domingo, por onde começam. Com muita razão se poderia dizer: assim como for o teu domingo, assim será também toda a tua vida. De que modo deverá, então passar o domingo, para que se torne uma fonte de bênçãos para a tua vida e para a eternidade futura? Eis uma pergunta de grande importância para ti.

Em primeiro lugar o descanso dominical é uma necessidade para o corpo e para a alma. Poderá alguém trabalhar ininterruptamente, todos os dias, nos domingos e dias úteis, por um lapso do tempo; poderá fazê-lo mesmo durante alguns anos; mas, chegará com certeza o tempo em que as forças constantemente ativas entrarão a adormecer, ou se quebrarão de súbito. O descanso que, à tarde se desfruta, após o trabalho diário, e um bom sono pela noite adentro, são de grande proveito para o corpo; mas, quanto à duração não bastam para estabelecer o necessário equilíbrio das forças. Os médicos sustentam mui judiciosamente que, para se manter em pleno vigor, além do pequeno descanso diário, de tempo a tempo, necessita o corpo humano de uma pausa e folga mais longa, um maior relaxamento das forças.

Em segundo lugar, dia de piedade e oração. Não tenho dúvida em acreditar que também nos dias da semana, fazes a tua oração, máxime pela manhã e à noite, e que ainda com boa e santa intenção te entregas aos trabalhos diários e aceitas as contrariedades da vida, como se tudo pertencesse ao serviço divino. No entanto, isso não te basta; hás de consagrar, exclusivamente, um dia da semana, a Deus e a salvação de tua alma. Tudo o que és e tudo o que tens, a Deus deverás agradecê-Lo. Será, porventura, demasiado, que procures dedicar a Deus um dia da semana, santificando-o pela piedade? assistirás antes de tudo, regularmente, ao santo Sacrifício da Missa. Não há nenhum ato em que Deus mais se compraza, do que no Santo Sacrifício que seu próprio Divino oferece pelo ministério do sacerdote, na Santa Missa. Não existe, portanto, nenhum outro ato pelo qual possas honrar mais a Deus e santificar o domingo.

O domingo deve ser, finalmente, dia de alegria Quando digo que o domingo deve ser dia de alegria, refiro-me, antes de tudo, àquela alegria e àquela elevação espiritual e interior... Falo também da alegria que experimentas numa agradável conversa com os teus queridos parentes, na visita a uma boa amiguinha ou conhecida, numa serena e moderada recreação com outras companheiras ou num passeio coletivo que te proporciona o ensejo de admirares os encantos da natureza. São alegrias que poderás lograr depois dos trabalhos e fadigas de toda a semana; alegrias que te fazem forte e disposta para os trabalhos de uma nova semana; alegrias, que contêm uma abundância de benção para a vida doméstica, quando se desfrutam de maneira justa e razoável, depois de se ter devota e piedosamente, assistido ao serviço de Deus, ou praticado uma boa ação.  "Alegrai-vos incessantemente no Senhor; outra vez digo. Alegraivos!”(Filip., 4,4) Eis o que o domingo deve ser para ti – dia de descanso, de devoção, de alegria.

(Donzela Cristã- Padre Matias De Bremscheid, Ano De 1935)

sábado, 28 de maio de 2016

Quão poucos são os que amam a cruz de Jesus


Muitos encontram Jesus agora apreciadores de seu reino celestial; mas poucos que queiram levar a sua cruz. 

Tem muitos sequiosos de consolação, mas poucos da tribulação; muitos companheiros à sua mesa, mas poucos de sua abstinência. Todos querem gozar com ele, poucos sofrer por ele alguma coisa. Muitos seguem a Jesus até ao partir do pão, poucos até beber o cálice da paixão. Muitos veneram seus milagres, mas poucos abraçam a ignomínia da cruz. Muitos amam a Jesus, enquanto não encontram adversidades. Muitos O louvam e bendizem, enquanto recebem d’Ele algumas consolações; se, porém, Jesus se oculta e por um pouco os deixa, caem logo em queixumes e desânimo excessivo. Aqueles, porém, que amam a Jesus por Jesus mesmo e não por própria satisfação, tanto O louvam nas tribulações e angústias, como na maior consolação. E posto que nunca lhes fosse dada a consolação, sempre O louvariam e Lhe dariam graças.

 Oh! Quanto pode o amor puro de Jesus, sem mistura de interesse ou amor-próprio! Não são porventura mercenários os que andam sempre em busca de consolações? Não se amam mais a si do que a Cristo os que estão sempre cuidando de seus cômodos e interesses? Onde se achará quem queira servir desinteressadamente a Deus? É raro achar um homem tão espiritual que esteja desapegado de tudo. Pois o verdadeiro pobre de espírito e desprendido de toda criatura - quem o descobrirá? Tesouro precioso que é necessário buscar nos confins do mundo (Prov 31,10). Se o homem der toda a fortuna, não é nada. E se fizer grande penitência, ainda é pouco. Compreenda embora todas as ciências, ainda estão muito longe. E se tiver grande virtude de devoção ardente, muito ainda lhe falta, a saber: uma coisa que lhe é sumamente necessária. 

Que coisa será esta? Que, deixado tudo, se deixa a si mesmo e saia totalmente de si, sem reservar amor-próprio algum, e, depois de feito tudo que soube fazer, reconheça que nada fez. Não tenha em grande conta o pouco que nele possa ser avaliado por grande: antes, confesse sinceramente que é um servo inútil, como nos ensina a Verdade. Quando tiverdes cumprido tudo que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis (Lc 17,10). Então, sim, o homem poderá chamar-se verdadeiramente pobre de espírito e dizer com o profeta: Sou pobre e só neste mundo (Sl 24,16). Entretanto, ninguém é mais poderoso, ninguém mais livre que aquele que sabe deixar-se a si e a todas as coisas e colocar-se no último lugar.



(Imitação de Cristo - Tomás de Kempis)