Ouve, ó Filha, o que tenho para te dizer:
"Deves, é verdade, apresentar-te em sociedade; mas deves ter o cuidado de estares diante dela dignamente. Ao
estares em público, cuida que seja com Modéstia. Aprende de Mim tão bela
virtude, porque ela te será muito necessária.
De tal maneira tratei com as pessoas,
que ninguém nunca Me olhou sem edificar-se extraordinariamente. Nem fui jamais
imodesta nas palavras, nem imoderada no tom de voz, nem faladeira, nem
licenciosa no andar. Nada, enfim, houve de indecoroso em Meus gestos, nem de
carrancudo em Meu olhar, nem de mal-humorado em Meu semblante. Em Meu
convívio e conversação brilhou sempre como num espelho o esplendor da Castidade
e Formosura da virtude.
A mesma beleza de Meu corpo não foi
senão uma irradiação fulgurante do Meu modesto Coração e imagem do decoro.
Nunca ninguém teve nenhum mal
pensamento vendo-me passear, rezar, comer ou trabalhar. Antes, quantos Me
viam, moviam-se à edificação e ao louvor de Deus.
Minha beleza, que foi extraordinária,exalava inocência e odor de Castidade.
Nunca profiras palavras imorais, porque
matam a alma. Deixa de zombarias e de piadas; de que te serve que os outros
dêem risadas, se ofendes a Divina Majestade na pessoa do teu irmão a quem
maltratas?
Não te distraia olhando aqui e acolá,
porque isso mostra o vazio e a vaidade de teu coração. Sejas moderada no teu
andar, como o fazem as pessoas que vivem na presença de Deus. Não levantes
muito a tua voz, nem dê fortes gargalhadas; mas a graça da Modéstia envolva
sempre o teu semblante.
Corrigirás melhor aos maus com a tua
Modéstia do que com a abundância de tuas palavras. Se tiverdes de falar,
sejam as tuas palavras como anzóis com que prendas à piedade aos maus que te
escutarem. Sede afável com todos, e os ganharás a todos para Deus.
Se todos aqueles que te virem se
regozijarem e bendizerem ao Eterno Padre que está nos Céus, e os maus se
comportarem na tua presença, então crê, filha Minha, que a Modéstia está em
ti como a tocha que ilumina e vivifica. Imita-Me"
("De la
imitacion de la Bienaventurada Virgem Maria Nuestra Señora", por un monje
premonstratense, Cap. III, pp. 176-177, nueva edición, Madrid, 1926).
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