A mortificação
É uma arma poderosíssima e é necessário utiliza-la com frequência,
Os espinhos que dependem nosso lírio serão a
mortificação, o sacrifício e a renúncia. "Se alguém quer vir após mim,
negue-se a si mesmo tome sua cruz e siga-me" (Mat., 16-24), disse Jesus.Para
agradar ao Senhor portanto e triunfar sobre as paixões próprias, é
absolutamente necessário dispor a vontade à mortificação ou castigos dos
sentidos que queiram rebelar-se contra o poder do espirito.
" É impossível - dizia Lacordaire - que um jovem possa
recuperar sua inocência e conserva-la por muito tempo, se não corrigir
severamente o culpado, se não conservar a soberania do espírito sobre a matéria
mediante frequentes atos de abnegação.
Em consequência, devemos saber impor a nós mesmos de
quando em quando uma pequena mortificação, especialmente, quando a
sensualidade conseguiu alguma vitória, saber abraçar e sobrelevar os mil
pequenos sacrifícios que a mesma vida apresenta todos os dias. Assim
nos fortaleceremos. Quantas ocasiões de mortificar o amor
próprio, de refrear a ambição, a língua, a curiosidade, as comodidades, entramos
diariamente! São outras tantas florezinhas que a Jovem de boa vontade sabe
recolher a cada instante, pode-se dizer, para oferecer um virtuoso
ramalhete.
Procurar-se á receber humildemente uma repreensão, de
responder com doçura quem lhe fala com insolência, de reprimir uma palavra
ofensiva ou de calar ante uma acusação injusta, de madrugar pela manhã, de
abster-se de comer um doce, um pouco de fruta fora da refeição ou de suportar
sem queixas a sede, o frio, o calor.
Não se cansa, não, a jovem prudente no seu caminho coberto de
renuncias e de sacrifícios porque não há prazer semelhante ao que se
experimenta quando triunfamos sobre nós mesmos. É a mortificação uma
fonte de virtude, de fervor e alegria espiritual. Ah! se todos conhecessem esse
segredo! Conseguiram os sentidos levar vantagem? Castiga-lo-emos
com alguma penitencia; por pequena que seja, produzirá bom efeito. Renunciar
a uma diversão, recolher a vista por instantes, não recortar-se ao sentar...
São
pequenas mortificações que levantarão uma fortaleza segura ao redor do lírio da
pureza Recomenda-se de modo particular a mortificação dos olhos, quantas
vezes por essa janela penetra na alma à morte. Saibamos reprimir nossa
curiosidade. Um dia perguntaram a um Santo porque não olhava no rosto
da pessoa com quem falava, ele respondeu:
"Falo com a língua e não com os olhos..." Uma replica
muito sábia, aliada à simplicidade.
(Por Gisele Maria, trechos do livro Sê Pura 4° Edição)
Nenhum comentário:
Postar um comentário