Bom uso da Língua
Jovem cristã é de
grande importância, que te acostumes desde a
tua mocidade ao domínio da língua. A língua não
dominada facilmente causa grande mal. Pode-se afirmar que, nem a
peste, nem a guerra, nem a espada, produzem tanto mal como pequeno órgão que se chama língua. Sim,
há também tempo em que o silêncio se torna uma necessidade deverás dominar
a vontade de falar, de maneira justa e razoável.
Sem motivo graves, nunca
se deve falar das faltas e fraquezas dos outros. Guarda só para ti o que
rouba a outrem o bom nome e estende sobre os seus desvarios e pecados o manto
da caridade cristã; salvo se o bem comum ou a obediência o exigirem, fala a tal respeito.
Que de faltas, infelizmente, não se cometem hoje neste ponto! Quantos que, por
um vezo especial, criticam as fraquezas e os defeitos de uma pessoa ausente!Não
é isto cristão, nem nobre!
A peste e a guerra são ocasionais e produzem por certo tempo seus efeitos maléficos, ao passo que
a língua tem um poder destruidor e atua cada dia, cada hora, cada instante e por
toda a parte. Com efeito, não somente num ou noutro campo de batalha, exerce a língua
a sua atividade perniciosa, mas em cada lugar, em cada cidade e em cada aldeia
e em todas as camadas sociais; entre a alta sociedade, como também na
classe média, nos passatempos dos homens doutos, como nas oficinas dos
nossos mestres, especializados e aprendizes. Ela infunde a desconfiança aos
ânimos, prejudica o bom nome das pessoas honradas, destrói o laço das melhores amizades, arruína a
felicidade familiar, fomenta a desordem e o espírito de revolta na vida da
nação e dos cidadãos, desacredita a religião e a moralidade. É
incalculável o mal que produz a língua desenfreada. Vigia, pois, a tua língua!
(Donzela Cristã-
Padre Matias de Bremscheid, 1935
p. 76)
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